(Mesmo Querendo Voltar)
Se você terminou, mas ainda sente vontade de voltar, essa fase pode ser confusa, dolorosa e até paralisante.
É comum viver um conflito interno: parte de você quer esquecer, mas outra ainda espera um sinal dela.
A verdade é que, enquanto esse apego emocional não for tratado, a dor não passa — e a reconquista se torna praticamente impossível.

Por isso, neste artigo, vou te mostrar 6 passos práticos e embasados na psicologia e na neurociência pra aliviar a dor do término e começar, de verdade, o processo de desapego. Mesmo que lá no fundo você ainda queira reconquistar.
1. Contato Zero Emocional
(Não é Só Parar de Mandar Mensagem)
A maior armadilha emocional após o término é manter um vínculo invisível com a ex, mesmo que o contato físico tenha sido cortado.
Nesses períodos, o que eu já percebi é que os caras conseguem romantizar até o termo “ex”.
É “minha ex” pra cá, “minha ex” pra lá, como se fizesse questão de ficar falando sobre o término.
Aqui já vai uma dica prática:
– Quando for se referir a ela, use o “vocativo nominal próprio“.
Nada mais do que o nome dela.
PDH também é cultura, rapaz!

Essa ligação também pode estar implícita em atitudes virtuais, ou seja
– curtidas
– visualizações
– lembranças
– expectativas
Tudo isso alimenta seu cérebro com “microdoses” de apego.
Na neurociência, isso é explicado pelo sistema de recompensa dopaminérgico.
Segundo estudos do Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA (NIH)

estímulos associados à pessoa amada ativam o mesmo circuito cerebral da dependência química.
Cada notificação dela, cada visita ao perfil, gera uma descarga de dopamina que reforça o vício emocional.
Além disso, Helen Fisher, uma renomada antropóloga biológica e neurocientista conhecida mundialmente por suas extensas pesquisas sobre o amor, o sexo e o apego humanos, utilizando técnicas de neuroimagem (como a ressonância magnética funcional – fMRI) para mapear a atividade cerebral associada a esses estados. Ela é uma das vozes mais proeminentes na biologia do amor.
Ela conduziu um estudo onde, os pesquisadores utilizaram fMRI para escanear o cérebro de pessoas que haviam sido recentemente rejeitadas por um parceiro romântico, mas que ainda se declaravam intensamente “apaixonadas”. Eles observaram que, ao ver fotos de seus ex-parceiros, as áreas do cérebro ativadas incluíam regiões do sistema de recompensa mesolímbico-dopaminérgico, que são as mesmas áreas ativadas pela dependência química (como a cocaína).
Ou seja: mesmo sem falar com ela, você está se alimentando da presença dela.
O que isso significa na prática?
Que se você age desse jeito, você tá fazendo contato zero “NUTELLA”.
Contato zero emocional não é só parar de mandar mensagem.
É interromper também os “diálogos mentais”, fantasias e monitoramentos digitais que mantêm o vínculo vivo.
Se você ainda espera que ela veja seus stories ou reage emocionalmente a cada visualização… ainda há apego.
Dica prática:
Desative notificações
Silencie redes sociais
mais importante — observe sua mente.
Quando ela aparecer nos seus pensamentos, não lute nem se entregue — apenas redirecione o foco e “alimente o pássaro certo”.
Isso reduz a atividade do circuito dopaminérgico e permite que seu cérebro volte a se autorregular.
Conclusão do ponto:
Você não se liberta de um vício alimentando ele aos poucos. A abstinência emocional é dura, mas é o primeiro passo real para o desapego verdadeiro.
2. Transfira o Objeto do Seu Amor
Redirecione sua energia emocional

Quando você perde alguém por quem estava emocionalmente investido, seu cérebro entra em estado de colapso de foco. O sistema límbico — responsável pelas emoções — continua disparando sinais de desejo, saudade e fixação. E o erro mais comum é continuar alimentando isso com lembranças, stalkings e suposições.
Efeitos colaterais de um CZ nutella.
Mas essa energia não precisa ser desperdiçada, ou mal usada dessa forma.
“A atenção sustentada é um dos recursos mais poderosos do cérebro humano — aquilo que você foca, cresce.”
Daniel Goleman – “Foco: A Atenção e seu Papel Fundamental para o Sucesso”
Essa é a lógica da transferência emocional: pegar a energia que estava investida nela e canalizar para algo que te fortaleça.

Tony Robbins também fala algo parecido quando o assunto é foco, auto preservação e temas parecidos.
A antropologia, especialmente a partir dos trabalhos de figuras como:
Arnold van Gennep (com seu conceito de “Ritos de Passagem”)
Victor Turner (com aprofundamentos na “liminaridade” e no “processo ritual”)
estudam como as sociedades lidam com transições significativas na vida dos indivíduos. Essas transições muitas vezes envolvem uma ruptura com um estado anterior (seja de status, de identidade, de relacionamento) e a incorporação em um novo estado.

Interessantes observações sobre a neurociência pode nos apresentar o que pode ser feito com relação a esses fatos.
“O cérebro tem plasticidade. Ele se reorganiza com base no uso.
Redirecionar atenção é redirecionar identidade.”
Norman Doidge – “O Cérebro que se Transforma”
O que fazer na prática?
Pegue essas vontades sexuais (energia de vida) e:
- Invista no seu corpo com treinos que exigem disciplina;
- Volte para um projeto que você engavetou;
- Estabeleça uma meta que te dê senso de progresso todos os dias.

Princípios morais pra guiar suas atitudes:
Mateus 7:13-14
13“Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela.
14Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! São poucos os que a encontram.
Isso não é apenas um direcionamento espiritual.
Em toda sabedoria que o ser humano adquiriu, sempre se chegou na conclusão de que caminhos fáceis não levam a destinos significativos.
Você não foge à essa regra!
Essas atividades bem elaboradas, com desafios saudáveis e com propostas nobres, ativam o circuito mesolímbico de recompensa, liberando dopamina de forma saudável — não por expectativa da ex, mas por você.
“O verdadeiro autocontrole é se tornar mestre do próprio foco.”
-Arthur Penido.
Inspirado em Robert Sapolsky – “Behave: The Biology of Humans at Our Best and Worst”
Se você não escolher um novo alvo, sua mente vai continuar atirando no antigo.
E isso só prolonga o sofrimento.
Troque a obsessão por construção.
3. Quebre o Ciclo da Idealização
Enxergue com lucidez quem ela realmente foi

Após o término, o cérebro entra em um modo de distorção seletiva. Ele apaga os conflitos, exagera as virtudes e cria um retrato emocionalmente editado da ex. Isso é parte do que os neurocientistas chamam de viés de confirmação afetiva.
“O cérebro é um editor habilidoso da realidade — ele reconta o passado com base nas emoções do presente.”
Daniel Kahneman – “Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar”
Isso também acontece na mente da sua ex, como falamos nesse artigo aqui citando o mesmo estudo.
Esse é o erro do ‘eu que recorda’, conceito de Kahneman: ao sofrer, você tende a buscar no passado os momentos bons como forma de alívio — o que reforça o apego e dificulta o desapego.

Antropologicamente, o fenômeno da idealização está ligado à perda de status e controle emocional. Em culturas tradicionais, o homem que era rejeitado sem motivo claro se via tentado a “deificar” a figura feminina como forma de justificar o próprio sofrimento — projetando nela o valor que ele sente ter perdido.
“Idealizar alguém é idolatrar uma mentira confortável para não encarar a realidade desconfortável.”
Jordan Peterson – aulas sobre resiliência e amadurecimento emocional
Filosofia grega também já alertava:
“Não é sábio desejar o que não se pode ter, nem amar quem não é digno do amor.”
Epicteto – Discursos

Ex não é digna de amor.
Mas um dia ela pode deixar de ser ex.
Fez sentido?
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?”
Jeremias 17:9
Você sofre não pelo que ela foi, mas pelo que você acha que ela era.
O que fazer na prática?
- Pegue papel e caneta e escreva tudo o que não funcionava no relacionamento. Seja honesto:
controle
omissões
frieza
indiferença
egoísmo. - Leia essa lista em voz alta, todos os dias, por 7 dias.
- Isso vai recondicionar sua memória afetiva e forçar seu cérebro a confrontar a realidade — em vez de alimentar uma versão romantizada.
“Ao verbalizar o que é verdadeiro, você reduz o poder da ilusão sobre a mente.”
– Arthur Penido
Fonte de inspiração:
Andrew Huberman
Andrew Huberman é um renomado neurocientista e professor titular no Departamento de Neurobiologia e, por cortesia, de Psiquiatria e Ciências Comportamentais na Stanford School of Medicine.

Ele é amplamente conhecido por seu podcast, o Huberman Lab Podcast, onde ele traduz pesquisas científicas complexas para ferramentas práticas de melhoria da vida.
Huberman frequentemente explica que o cérebro não percebe a realidade de forma passiva, mas sim a constrói ativamente com base em informações sensoriais, experiências passadas, expectativas e estados internos.
Isso significa que podemos, de fato, estar vivendo em “ilusões” ou percepções distorcidas da realidade.
A ato de verbalizar (ou seja, expressar em palavras, seja para si mesmo ou para outros) é um processo cognitivo poderoso que pode ativar o córtex pré-frontal, a área do cérebro associada à lógica, ao planejamento e à tomada de decisões. Ao nomear e articular uma experiência ou uma verdade (mesmo que seja sobre seus sentimentos ou percepções), você está ativando um sistema de “cima para baixo” (top-down control) que pode modular as respostas de áreas mais primitivas e emocionais do cérebro.
Idealizar é uma forma sutil de se autoenganar.
Mas reconquistar a si mesmo exige clareza — não fantasia.
Para seguir em frente, você precisa ver com os olhos da razão, não do apego.
4. Volte Para a Tribo Masculina
A dor compartilhada com a pessoa certa
se transforma em força
Na dor do pós-término, muitos homens tentam resolver tudo sozinhos — em silêncio, no escuro, afundados em pensamentos repetitivos, culposos e catastróficos. Mas isso vai contra nossa própria história como espécie.

Em diversas culturas ancestrais, quando um homem sofria uma ruptura (morte, rejeição, perda de status), ele era ritualmente reintegrado à tribo masculina — por meio de lutas simbólicas, desafios físicos, silêncio compartilhado e rituais de passagem.
“O isolamento social masculino moderno é um fator crítico para o adoecimento emocional e físico.”
-Arthur Penido.
Inspirado em Robert Sapolsky – “Behave: The Biology of Humans at Our Best and Worst”
A neurociência social também confirma: o cérebro masculino responde melhor a ambientes com objetivos compartilhados, estrutura hierárquica e expressão emocional contida, mas presente. Ou seja: ambientes de masculinidade saudável promovem estabilidade neuroemocional.
“Relacionamentos fraternais significativos entre homens reduzem os níveis de cortisol e restauram o senso de pertencimento.”
pode
-Arthur Penido.
Inspirado em Matthew Lieberman –“Social: Why Our Brains Are Wired to Connect”
“Assim como o ferro afia o ferro, o homem afia o seu companheiro.”
Provérbios 27:17

Analisando a imagem, você consegue ver que o machado estaria perdendo o corte, certo?
(aproveitamento de imagem estranha gerada pelo chatGPT pra trazer ensinamentos ancestrais pra vocês).
Ensinamento ancestral:
Isso acontece quando você se conecta com pessoas erradas. Um estresse sem propósito. Perde ainda mais o corte.
O que fazer na prática?
- Reaproxime-se de homens saudáveis, que não alimentam o vitimismo e te confrontem com verdades necessárias.
- Participe de esportes de contato, grupos com metas em comum, que seja desconfortável porém saudável.
- Procure ambientes onde você não ter medo de infantilidades.
O famoso “5° série” nessas horas não pode existir.

Se você sente que não tem por onde começar, minha Mentoria Singular Individual é o ambiente certo. Lá você encontra apoio emocional com estratégia, de homem pra homem — com mentores que já passaram por isso e sabem como te direcionar com clareza.
5. Faça um Ritual de Luto Ativo: Liberte-se pela ação simbólica
Muitos homens acreditam que viver o luto é chorar sozinho no escuro. Mas o luto verdadeiro não é passivo. Ele é um processo ativo de reorganização psíquica e emocional.

“O luto é o esforço do cérebro para reconfigurar rotas neurais que antes se ativavam em função da presença da pessoa amada.”
-Arthur Penido.
Inspirado em Mary-Frances O’Connor – neurocientista, autora de “The Grieving Brain”
Isso significa que a dor só cessa quando você ensina seu cérebro que a realidade mudou. E os rituais têm esse poder: eles dão forma concreta a transições abstratas.
Nas culturas tradicionais, a perda de uma figura de apego sempre foi acompanhada por ritos de passagem: corte de cabelos, pinturas corporais, caminhadas solitárias, destruição de objetos — tudo com o objetivo de marcar simbolicamente o fim de uma era emocional.
“As emoções existem por uma razão: elas nos preparam para ações imediatas. O luto, por exemplo, é uma reação profundamente social — ele serve para sinalizar a perda, reorganizar os laços afetivos e proteger o funcionamento do grupo.”
Daniel Goleman – Inteligência Emocional (1995)
O antropólogo Victor Turner explica que rituais transformam caos interno em clareza externa
Externalizar e viver a dor do término é necessário.
Pare de evitar a dor e aprenda com ela.
Sem expressão emocional estruturada, o trauma se congela no corpo.
³ A tristeza é melhor que o riso,
pois aperfeiçoa o coração.Eclesiastes 7:3
O que fazer na prática?
- Escreva uma carta de despedida. Coloque nela tudo que carrega: dor, saudade, frustração, gratidão e até raiva.
- Não envie. Essa carta não é pra ela — é pra você. Leia em voz alta, depois rasgue ou queime em um ritual simbolicamente fúnebre.
- Faça isso “sozinho”. Lembre-se sempre terá um ser onipotente testemunhando seus momentos.
Esse ato diz ao seu sistema límbico: Acabou.

E isso começa ativar a reconfiguração neural necessária para o desapego emocional.
Usar sabedoria do povo antigo aqui:
Você não nasceu grudado nela, você vai sobreviver!
O luto é o fim de um ciclo. E a melhor forma de encerrá-lo não é “seguindo em frente sem pensar”, mas transformando a dor em gesto simbólico de renascimento.
6. Resgate da Sua Autoridade Psicológica
Recupere seu lugar interno
Após um término, muitos homens caem numa armadilha silenciosa: associam a perda da mulher à perda do próprio valor. É como se, ao serem rejeitados, tivessem descido um degrau na própria hierarquia interna — e passassem a agir como se fossem “menores”.

O cérebro masculino é extremamente sensível à percepção de status. A perda de posição — mesmo simbólica — afeta autoestima, motivação e níveis hormonais.
Lendo o livro de Sapolsky, já citado aqui, isso fica mais claro.
Essa inversão de hierarquia interna tem consequências sérias: o homem começa a negociar sua dignidade, perde firmeza nas decisões e entra num ciclo de autodepreciação silenciosa.
Mas existe uma saída: retomar sua autoridade psicológica.
A neurociência mostra que a ação intencional diária reconstrói a autoconfiança — porque o cérebro aprende pelo que você faz, não pelo que você sente.
Atualize as verdades da sua vida como já falamos no outro blog, mas lá estávamos referindo à mente da sua ex. O ensinamento lá também se aplica à sua mente, segundo os estudos de LeDoux
O que fazer na prática?

- Assuma microcompromissos diários. Acordar no mesmo horário todos os dias, treinar mesmo sem vontade, mesmo sem a mesma intensidade toda vez, manter disciplina mesmo sob emoção.
- Corte dopamina barata: pornografia, redes sociais excessivas, estímulos que sabotam sua recompensa natural.
Faça Jejum de dopamina! - Pratique exercícios intensos. Eles não só melhoram sua saúde, como restauram a química da autoconfiança (aumentam testosterona, reduzem cortisol e regulam dopamina).
“Cada vez que você cumpre um desafio, envia uma mensagem para seu sistema nervoso: ‘Eu sou confiável.’”
Jordan Peterson – “12 Regras para a Vida”
Resultado?
Onde antes havia dor e submissão emocional, começa a surgir força, estrutura e amor próprio.
Você deixa de se ver como “o homem que perdeu” — e passa a ser o homem que está construindo algo maior do que a perda.